NEPTUNE BOAT TOURS - BREVE HISTÓRIA
A empresa Neptune iniciou a sua actividade em 2015, dedicando-se inicialmente a actividades muito variadas. Só nos últimos anos a empresa se dedicou mais amplamente aos passeios marítimo-turísticos (MT).
Em 22 de Fevereiro de 2022 a empresa passou a ser propriedade de novos sócios que viram na actividade MT potencialidades a explorar com base nos seguintes pressupostos:
– os novos sócios são residentes na cidade de Olhão com conhecimento das realidades
da Ria Formosa;
– a procura de estabilidade profissional por parte de familiares directos dos novos sócios
ligada ao conhecimento da Ria e ao amor pelo mar e pelas artes de navegação;
– a empresa é proprietária de barcos tradicionais – bateiras – com história ligada à tradição e à labuta no mar conforme explicado a seguir;
Esta nova fase da vida desta empresa, neste contexto, está no princípio.
Projectos mais amplos, de crescimento e de inovação estão a ser levados a cabo.
AS BATEIRAS
Vova e Casquinha são as 2 bateiras que são propriedade da empresa. De construção típica – feitas totalmente de madeira – podem transportar, cada uma delas, 12 passageiros mais o skipper. Pesam cerca de 2 toneladas cada uma delas e, ainda assim, navegam perfeitamente em águas pouco profundas. São embarcações bastante seguras e com lotação completa bastam 30 cm de profundidade de água para poderem navegar sem constrangimentos.
As bateiras, sendo barcos típicos da faina da pesca em Olhão, tiveram a sua origem nas zonas piscatórias de Aveiro. Ao longo da história da formação da, hoje, cidade de Olhão deu-se um fenómeno migratório muito importante que está na génese de muitas das tradições desta vila tornada cidade nos anos 80. Esse fenómeno migratório consistiu na deslocação para sul dos habitantes da região de Aveiro, região da costa oeste portuguesa a sul do grande Porto – de zonas piscatórias como Ílhavo, Murtosa, Gafanhas – mais propriamente de pessoas ligadas à faina do mar e da sua Ria. A Ria de Aveiro é, a par da Ria Formosa, uma das zonas costeiras lagunares mais importantes de Portugal e com características semelhantes.
Não admira pois, esse antigo e persistente fenómeno migratório ao longo do litoral de norte para sul,procurando as águas mais calmas do sul que proporcionasse às pessoas dessas regiões mais a norte melhores condições de vida no sul para onde vinham estabelecer-se.
Nesse movimento em direção ao sul, na maioria dos casos, faziam o trajecto usando os meios tradicionais trazendo mais tarde as bateiras para a faina do mar. Mas, nalguns casos, os pescadores e suas famílias deslocavam-se nas próprias bateiras. Por não serem movidas a velas e porque ao longo da costa oeste portuguesa se confrontavam muitas vezes com fenómenos naturais relacionados com a aspereza das condições de navegação para tão longas distâncias, as bateiras eram movidas a remos quando as condições do tempo o permitiam ou rebocados do lado de terra com cabos quando as condições geográficas da costa eram acessíveis a essa forma de locomoção para essas embarcações.
Ao longo desse movimento migratório, os pescadores pescavam e vendiam por onde passavam. Muitos estabeleciam-se em zonas piscatórias ao longo do trajecto formando núcleos habitacionais de pescadores. Há exemplos disso mesmo ao longo da costa oeste portuguesa. Existem mesmo comunidades piscatórias assim originadas no Rio Tejo a norte de Santarém, perto de Lisboa.
Olhão, a par de Setúbal, foi uma das zonas nobres de destino dessas populações. Ainda hoje muitos habitantes de Olhão têm fortes relações familiares com populações da zona originária dessas migrações e com as gentes de Setúbal. Mas a Ria Formosa era o destino último dessas pessoas. Olhão escreveu a história do crescimento da sua zona ribeirinha moldada por essa realidade. Os tão conhecidos mercados de Olhão separam a parte velha ribeirinha da cidade em duas importantes e conhecidas zonas: O Levante e a Barreta.
AS BATEIRAS, O LEVANTE E A BARRETA
O Levante, zona ribeirinha nascente da cidade – onde se situa neste momento o stand e a zona de embarque nos barcos da Neptune – a leste dos mercados, era a zona habitacional piscatória ligada à pesca com rede (considerada como sendo uma zona de gente mais abastada). As bateiras eram inicialmente – e foram durante muito tempo – o barco utilizado na faina da pesca com rede ou na pesca ao candeio. Era excelente para o transporte de
mercadorias (peixe e outras). A sua estrutura permitia navegar em águas pouco profundas ainda que carregado. Por isso também passou a ser muito utilizado, a partir de certa altura e até há bem pouco tempo, no transporte de areia para os viveiros de mariscos.
Inicialmente as bateiras tinham tanto a proa como a popa em bico, desenho tradicional e apropriado para navegar e melhor manobrar nas águas agitadas do norte. Eram movidas por 2 remos de grande dimensão e extremamente pesados (cerca de 50 Kg cada um) para poderem vencer a grande inércia que era proporcionada tanto pela dimensão como pelo peso do barco. Remavam 2 homens ou apenas um.
À medida que apareceram os motores fora de borda foram instaladas na amurada lateral junto à popa suportes para fixar esses mesmos motores.Modernamente, as últimas construções de bateiras passaram a obedecer a uma alteração no desenho do barco com a popa direita (sem bico) e já preparada para a instalação do motor.
Na Barreta, zona ribeirinha poente da cidade, a oeste dos mercados, predominava a pesca com anzol. Era considerada uma zona de gente menos abastada. Aí utilizavam-se caíques, saveiros ou lanchas e outro tipo de barcos movidos à vela.
As bateiras Vova e Casquinha são para a Neptune um ex-líbris representativo de toda esta realidade e representam também uma imagem de marca da empresa – a tradição.
FORMULÁRIO DE RESERVA
Nota prévia: Armona significa Ilha da Armona. Culatra significa Ilha da Culatra.
Notas importantes para reservar:
Terças – Feiras – Passeio Grande – Saida às 12h30m
Sábados – Passeio Médio – Saida às 14h30m
Durante os restantes dias da semana efectuam-se outras saídas regulares que deverão ser consultadas no stand da Neptune.
Nalguns casos, a hora de saída poderá ser retardada até cerca de 30m
Em função das marés e de outros motivos a ordem “Armona – Culatra” poderá ser revertida para “Culatra – Armona”
Os bebés não pagam. As crianças até 12 anos têm um desconto de 10 € excepto no Passeio Curto onde esse desconto não será efectuado